Francisco Luiz dos Santos

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Tenho interesse em aprendizagem criativa antes de conhecer o termo, desde criança procurava aprender sozinho, como autodidata, usando metodologia parecida com a formalizada por Resnick com base nas ideias de Papert. Quando iniciei o curso de Licenciatura em Física, descobri com alguns colegas que o Departamento de Física da Universidade Federal de Alagoas, que estava recebendo vários dos seus professores recém formados principalmente em universidades americanas e européias, tinha oficinas e laboratórios básicos aguardando técnicos para fazê-los funcionar. Resolvemos assumir as oficinas (especialmente a de mecânica e a de marcenaria) e construimos vários dispositivos necessários às atividades no Departamento. Desde suporte para livros da biblioteca a máquinas experimentais para aulas práticas de física, numa construção que envolve uma dinâmica similar aos 4 P’s.
Quando dei aulas como professor substituto da UFPE, fiquei responsável por uma disciplina que nem estudantes nem professores queriam por seus métodos que eram altamente desmotivadores, Instrumentação para o Ensino de Física. Mudei a forma como a disciplina era dada e inclui metodologia que lembra bastante Aprendizagem Criativa e outros elementos modernizadores como computação e robótica junto aos conteúdos regulares. A disciplina se tornou uma das mais empolgantes para os jovens estudantes de física que chegavam a frequentar o Departamento de Física depois do horário regular e aos finais de semana para trabalhos em seus projetos, mesmo de caráter opcional.

Quando construimos a Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia da UFRPE, incluí a primeira disciplina de Robótica Experimental no currículo do curso de Física e criamos um mestrado em Tecnologia e Gestão da Educação a Distância com alguns desses preceitos.
Durante os anos de gestão das tecnologias na educação da Rede Municipal de Ensino, criei setores e áreas de inovações pedagógicas para as escolas da Prefeitura do Recife baseados também nos princípios próximos da Aprendizagem Criativa de apoio às aulas regulares dos professores da Rede: Rádio e TV, Cinema e Audiovisual, Robótica na Escola, Tecnologias para a Sustentabilidade na Escola e, como um dos mais novos, Laboratórios de Ciência e Tecnologia nas Escolas. Todos usam conceitos de projetos mão na massa em que os estudantes se envolvem como os protagonistas de todo o processo, mesmo sob a orientação dos professores da sala de aula e os professores multiplicadores de tecnologia na educação. A robótica atua em três linhas e a linha 2 está ligada à metodologia similar a adotada pela LEGO com as pesquisas do MIT Media Labs, em que os estudantes assumem funções em rodízio que são: Líder, Construtor, Organizador e Apresentador. Os Laboratórios de Ciência e Tecnologia têm como uma das principais propostas permitir que os estudantes possam realizar os projetos de seus sonhos contanto com orientação dos professor de sala de aula, um coordenador de laboratório e estagiários com matéria, ferramentas e espaço adequado em 4 quadrantes de interesse: Ciência Básica, Instrumentação, Robótica e Espaço Maker, tudo numa só estrutura flexível e interdisciplinar.

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