Um convite para os estudantes: como podemos conectar melhor as pessoas?
Podemos começar incentivando os estudantes a pensarem que todos habitamos este único planeta o qual, visto de cima, não apresenta fronteiras. E se a Terra realmente não tivesse fronteiras, essas linhas que insistimos em traçar para delimitar cidades, estados e nações?
Convide-os a imaginarem o que poderiam criar para conectar melhor as pessoas. Ou seja, algo que contribua para diminuir as distâncias, sejam elas físicas, sociais ou culturais.
Os estudantes podem primeiro anotar o nome de invenções que conectam as pessoas, que as aproximam de alguma forma, ou que diminuem as diferentes distâncias existentes. Depois, podem olhar para as suas anotações e imaginarem algo que ainda não existe!
Dica - Exemplos e inspirações
Se os estudantes não souberem por onde começar, podemos mostrar algumas imagens que ajudem a inspirá-los a criarem seus projetos. Ou ainda compartilhar um projeto que criamos testando essa atividade anteriormente.
Por exemplo, existem projetos mais poéticos, como o Linhas de Horizonte, um projeto colaborativo de Tom Lisboa com fotógrafos ao redor do mundo, em que ele está conectando, através de uma única linha, a vista das janelas de pessoas em várias cidades. Ou então projetos que também são lúdicos, como as gangorras na fronteira entre os Estados Unidos e o México, um projeto criado pelo arquiteto Ronald Rael e pela designer Virginia San Fratello. Nesse projeto, eles uniram de forma lúdica e durante 40 minutos os dois países em um evento cheio de alegria, emoção e união na fronteira.
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Existem diversas possibilidades, as quais dependem do seu contexto e dos recursos que você e seus estudantes têm acesso. Por exemplo, se os estudantes tiverem acesso à internet por meio de computadores e smartphones, podemos explorar as seguintes plataformas:
- Enviar um áudio curto via Whatsapp com esse grande convite ao imaginar e depois incentivar os estudantes a enviarem fotos dos desenhos com suas ideias.
- Criar um mural colaborativo virtual (ver aba Indo Além) com o convite e solicitar que os estudantes compartilhem suas ideias da forma que acharem pertinente: escrevendo sobre ela, postando um desenho ou uma imagem de referência, gravando um vídeo.
- Dependendo do acesso a dados remotos, também é possível enviar um vídeo curto (ou link para acessá-lo) via Whatsapp.
- Postar vídeos, perguntas e outros recursos que inspirem os estudantes em um ambiente virtual de aprendizagem;
- Criar um formulário interativo na forma de uma aventura-solo para os estudantes explorarem e responderem com suas ideias.
- Realizar uma videoconferência com os alunos e convidá-los a falarem sobre suas ideias, escreverem suas ideias em um mural virtual, envolverem as pessoas que moram com eles em suas apresentações...
Mão na massa!
Hora dos estudantes criarem seus projetos!
Então, também é o momento de distribuir para cada aluno um pequeno kit com alguns materiais que ele possa usar em sua criação!
A ideia é que eles explorem os materiais e as ferramentas disponíveis em sala e criem um projeto que ajude a conectar melhor as pessoas, ou a diminuirem distâncias! Eles podem usar elementos sobre os quais refletiram anteriormente e outras inspirações que são importantes para eles.
Eles não precisam concluir o que estão criando durante o tempo de uma aula, a ideia é que ao final da atividade apresentem uma primeira versão de seus projetos e o que pretendem fazer a seguir, dando continuidade em outros momentos para aperfeiçoá-los e finalizá-los.
Dica - Como podemos interagir seguindo protocolos de distanciamento físico?
Podemos incentivá-los a expressarem suas ideias durante esse momento de criação, fazendo perguntas para que falem sobre o que pretendem criar e para que a turma saiba o que cada um está criando, já que a circulação livre não é algo possível neste momento.
E, que tal colocar uma música para alegrar o ambiente?
Se possível, compartilhe desse momento de criação com eles! Crie também o seu projeto e vá narrando as suas dificuldades e ideias enquanto eles criam em seus lugares!
Plugue essa atividade!
Se os estudantes tiverem acesso a computadores e celulares, podem utilizar esses dispositivos para a criação de seus projetos. E se eles:
- Criassem um mapa virtual colaborativo de narrativas biográficas, para que as pessoas compartilhem suas histórias e conheçam outras vidas, com suas dores e alegrias? Usando, por exemplo o Google My Maps?
- Construíssem um blog de cartas abertas para estranhos, em que compartilham seus sonhos e necessidades de mudança?
- Criassem um memorial interativo da ancestralidade, para celebrar as origens que compartilhamos e o seu legado?
- Enviassem um vídeo para alguém especial ou sobre uma causa importante para eles usando o celular?
- Criassem um cartão virtual para pessoas queridas que estão longe usando o Scratch a partir do computador?
- Criassem o seu projeto usando modelagem 3D com o Tinkercad ou remixando um projeto a partir do Thingiverse usando o computador?
- Criassem um mapa colaborativo do seu bairro ou cidade usando o Google My Maps, em que as pessoas possam compartilhar informações sobre lugares que são importantes, que precisam de cuidado ou que são divertidos.
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Se for um momento de criação assíncrono, podemos incentivar os estudantes a explorarem os objetos e os cômodos de suas casas de uma forma inusitada. E se eles:
- Encontrarem um novo uso de um objeto cotidiano nos seus projetos?
- Montarem uma tenda que funcionará como seu estúdio de criação?
- Usarem um mural virtual para criar coletivamente um projeto que conecte as pessoas?
- Explorarem este estúdio no Scratch e criarem um projeto abraçando essa causa?
- Envolverem outras pessoas que moram com eles para criarem juntos o projeto nas redes sociais da escola ou dos responsáveis?
- Compartilharem o amor neste estúdio do Scratch? Afinal, o amor não ajuda a conectar as pessoas?
- Criarem um estúdio no Scratch com seus projetos?
A forma como essas orientações e provocações chegam aos estudantes depende muito do seu contexto e dos recursos que você e seus alunos têm acesso. Poderia ser:
- Uma mensagem ou um áudio curto via Whatsapp;
- Uma folha com orientações e um espaço para que os estudantes possam escrever, desenhar e fazer colagens para depois te entregarem;
- Um vídeo curto postado em um ambiente virtual de aprendizagem.
Se for um momento de criação síncrono, podemos incentivar o mão na massa durante uma videoconferência, com criações envolvendo materiais concretos em casa ou criações virtuais - usando o Scratch, por exemplo!
Olha só que legal este vídeo que mostra um exemplo de uma atividade mão na massa remota e síncrona! :)
Ah, uma coisa super importante! Não podemos nos esquecer de incentivar os estudantes a documentar todo o processo de criação, seja por meio de desenhos, fotografias, registros em um diário de bordo ou diário de áudios! Além de ajudá-los a entenderem melhor o seu percurso de aprendizagem, essa documentação pode ser utilizada durante o compartilhamento dos projetos e para avaliação! :)
Como foi o processo de criação?
Depois de criarem seus projetos, podemos convidar os estudantes a compartilharem o que criaram e refletirem sobre esse processo de criação. Como a circulação é um pouco limitada, devido aos protocolos de distanciamento, uma possibilidade é convidar cada estudante a se levantar em seu lugar e apresentar o que criou para a turma, com o cuidado de deixá-los bem à vontade para que façam isso de forma voluntária.
Algumas perguntas para ajudar a mediar esse momento em que eles apresentam o que criaram:
- O que você escolheu criar para conectar as pessoas, ou diminuir as distâncias entre elas, e por quê?
- Como foi o processo de criação?
- O que foi fácil? E divertido?
- O que foi difícil?
- O que faria diferente se tivesse mais tempo?
- O que te surpreendeu durante a criação do seu projeto? Ele ficou parecido com o que você havia imaginado no início?
- Você descobriu uma forma de se conectar a outras pessoas que não havia pensado antes?
Podemos propor essas perguntas alternadamente para um ou outro estudante, para que todos tenham a oportunidade de falar. E uma boa forma de iniciar esse momento com a turma é apresentando o seu projeto, para incentivar os alunos a compartilharem aos poucos o que criaram.
Além de refletirem sobre o próprio processo de criação, este é um rico momento para conhecerem melhor os seus colegas, fazerem perguntas genuínas e aprenderem a dar e receber feedback.
O que descobri sobre meus colegas?
Em relação ao que conheceram do projetos apresentados pelos colegas, podemos convidar os estudantes a pensarem sobre as seguintes questões:
- Você encontrou pessoas com necessidades parecidas com as suas?
- Algum projeto despertou a sua curiosidade? Por quê?
- Depois de conhecer os projetos da turma, você ficou com vontade de contribuir com algum deles?
Dica - Sobre aprender a dar e receber feedback
Os feedbacks são super importantes para que seja possível avançar na criação de um projeto. No entanto, sempre que houver alguma crítica, devemos lembrar os estudantes que elas devem ser específicas, gentis e úteis.
Outro ponto importante é incentivarmos os alunos a perceberem as convergências de interesses e quanta diversidade há na turma e como poderiam usar isso a favor deles na criação de projetos coletivos.
Compartilhando os projetos com um público real
Dica - Aprofundando conexões com o tema
Pensar globalmente pode ser um pouco difícil a princípio, afinal os problemas globais são bastante complexos e podemos ficar com uma sensação de impotência diante deles.
Por isso, não tem problema incentivar os estudantes a pensarem soluções mais práticas e pontuais para problemas observados, como a ocupação de um espaço público ocioso, a criação de um software de mapeamento de uma determinada situação ou mesmo a criação de um canal de comunicação que junte pessoas com um mesmo interesse.
No entanto, durante e após o compartilhamento dos projetos, podemos convidá-los a aprofundarem suas reflexões a respeito da relação entre problemas locais e globais, pois, de modo geral, os diversos problemas existentes a nossa volta são consequência de problemas muito mais amplos, sejam eles ambientais, sociais, econômicos ou políticos.
Que tal destinar um momento para essa reflexão a respeito de questões globais que conversem com o que estão aprendendo em outras áreas do conhecimento? E, posteriormente, aprimorarem o projeto desenvolvido nesta atividade?
Para isso, preparamos preparamos alguns materiais para nos ajudar nessa discussão:
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Considerando os recursos aos quais os estudantes têm acesso, podemos convidá-los a escolherem a forma que se sentem mais confortáveis para compartilhar sobre seus projetos e suas aprendizagens.
Se envolver o uso de celulares ou computadores, os murais virtuais são ótimas ferramentas, pois permitem a postagem a partir de diferentes linguagens (texto, imagem, áudio, vídeo) e oferecem espaço para que os alunos conheçam os projetos de seus colegas e interajam com eles, fazendo perguntas, deixando uma sugestão ou observação.
O Whatsapp também pode ajudar nessa parte, por meio do compartilhamento de fotografias dos projetos com uma breve explicação em texto ou áudio, ou ainda um vídeo curto.
E as redes sociais, como grupos fechados no Facebook, Instagram da turma, também podem ser uma ótima alternativa, desde haja o consentimento e acompanhamento por parte dos responsáveis e que sejam observadas questões de segurança e privacidade de acordo com a idade dos estudantes.
Olha só que legal este vídeo em que, depois de um momento síncrono de criação, todos os participantes colocaram seus fantoches para cantar em um sarau virtual!