Um convite para os estudantes: se fôssemos um museu, como ele seria?
Nós somos a menor fração desta comunidade que queremos construir. Mas, afinal quem nós somos, enquanto indivíduos?
A construção de uma comunidade dos sonhos começa por nós entendendo melhor quem somos. Por isso, podemos começar essa atividade convidando os estudantes a pensarem por um momento sobre quem é o seu "eu do passado", quem é o seu "eu" de agora e como acham que será esse "eu" do futuro.
Eles também podem aproveitar esse momento para refletir sobre como se relacionam com as pessoas a sua volta e como podem fazer a diferença na vida de outras pessoas.
Depois de fazerem essa reflexão inicial, podemos convidá-los a contarem sua história criando um Museu de Mim. Ou seja, a imaginarem: se fossem um museu, como ele seria? Eles podem pensar nos espaços que gostam, que os fazem feliz, nos instantes mágicos da vida, comidas preferidas, brincadeiras que mais gostam, hobbies, fatos marcantes, pessoas importantes...
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Existem diversas possibilidades, as quais dependem do seu contexto e dos recursos que você e seus estudantes têm acesso. Por exemplo, se os estudantes tiverem acesso à internet por meio de computadores e smartphones, podemos explorar as seguintes plataformas:
- Enviar um áudio curto via Whatsapp com esse grande convite ao imaginar e depois incentivar os estudantes a enviarem fotos dos desenhos com suas ideias.
- Criar um mural colaborativo virtual (ver aba Indo Além) com o convite e solicitar que os estudantes compartilhem suas ideias da forma que acharem pertinente: escrevendo sobre ela, postando um desenho ou uma imagem de referência, gravando um vídeo.
- Dependendo do acesso a dados remotos, também é possível enviar um vídeo curto (ou link para acessá-lo) via Whatsapp.
- Postar vídeos, perguntas e outros recursos que inspirem os estudantes em um ambiente virtual de aprendizagem;
- Criar um formulário interativo na forma de uma aventura-solo para os estudantes explorarem e responderem com suas ideias.
- Realizar uma videoconferência com os alunos e convidá-los a falarem sobre suas ideias, compartilharem um objeto afetivo, escreverem suas ideias em um mural virtual, envolverem as pessoas que moram com eles em suas apresentações...
Mão na massa!
Hora dos estudantes criarem seus projetos! Então, também é o momento de distribuir para cada aluno um pequeno kit com alguns materiais que ele possa usar em sua criação!
Eles não precisam concluir o que estão criando durante o tempo de uma aula, a ideia é que ao final da atividade apresentem uma primeira versão de seus projetos e o que pretendem fazer a seguir, dando continuidade em outros momentos para aperfeiçoá-los e finalizá-los.
Dica - Como podemos interagir seguindo protocolos de distanciamento físico?
Podemos incentivá-los a expressarem suas ideias durante esse momento de criação, fazendo perguntas para que falem sobre o que pretendem criar e para que a turma saiba o que cada um está criando, já que a circulação livre não é algo possível neste momento.
E, que tal colocar uma música para alegrar o ambiente?
Se possível, compartilhe desse momento de criação com eles! Crie também o seu Museu de Mim e vá narrando as suas dificuldades e ideias enquanto eles criam em seus lugares!
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Se for um momento de criação assíncrono, podemos incentivar os estudantes a explorarem os objetos e os cômodos de suas casas de uma forma inusitada.
- E se eles transformarem todo o local onde moram em um museu? Ou criarem uma instalação artística em um dos cômodos da casa? Um criarem um mini museu dentro de um objeto inusitado do seu cotidiano?
- E se eles incorporarem o papel de arqueólogos em suas casas, e garimparem objetos e artefatos que representem quem são, para incluir em seus projetos? Um brinquedo antigo, o gibi favorito, talvez uma roupa de quando eram bebês... o álbum de fotografias...
- E se eles aproveitarem para disponibilizar o acesso ao seu museu virtualmente - como fazem vários museus? Poderia ser várias fotos com descrição em um mural como o Padlet? Ou uma foto interativa no Thinglink? Ou ainda um vídeo em que mostram sua exposição e narram suas explicações?
- E se os estudantes envolverem outras pessoas que moram com eles para criarem juntos e compartilharem o projeto nas redes sociais da escola ou dos responsáveis?
- Criarem o seu museu de mim usando o Scratch? Ou o Minecraft?
- Usarem algum software ou uma página de edição para criarem um livro virtual?
- Quem sabe uma narrativa em áudio sobre a própria história?
A forma como essas orientações e provocações chegam aos estudantes depende muito do seu contexto e dos recursos que você e seus alunos têm acesso. Poderia ser:
- Uma mensagem ou um áudio curto via Whatsapp;
- Uma folha com orientações e um espaço para que os estudantes possam escrever, desenhar e fazer colagens para depois te entregarem;
- Um vídeo curto postado em um ambiente virtual de aprendizagem.
Se for um momento de criação síncrono, podemos incentivar o mão na massa durante uma videoconferência, com criações envolvendo materiais concretos em casa ou criações virtuais - usando o Scratch, por exemplo!
Olha só que legal este vídeo que mostra um exemplo de uma atividade mão na massa remota e síncrona! :)
Ah, uma coisa super importante! Não podemos nos esquecer de incentivar os estudantes a documentarem todo o processo de criação, seja por meio de desenhos, fotografias, registros em um diário de bordo ou diário de áudios! Além de ajudá-los a entenderem melhor o seu percurso de aprendizagem, essa documentação pode ser utilizada durante o compartilhamento dos projetos e para avaliação! :)
Como foi o processo de criação?
Depois de criarem seus projetos, podemos convidar os estudantes a compartilharem o que criaram e refletirem sobre esse processo de criação. Como a circulação é um pouco limitada, devido aos protocolos de distanciamento, uma possibilidade é convidar cada estudante a se levantar em seu lugar e apresentar o que criou para a turma, com o cuidado de deixá-los bem à vontade para que façam isso de forma voluntária.
Algumas perguntas para ajudar a mediar esse momento em que eles apresentam o que criaram:
- O que você escolheu colocar no seu museu e por quê?
- E quanto ao formato, qual foi escolhido e por quê?
- Como foi o processo de criação?
- O que foi fácil? E divertido?
- O que foi difícil?
- O que faria diferente se tivesse mais tempo?
- Descobriu algo sobre você que não havia pensado antes? E sobre as pessoas com quem você convive?
- O que te surpreendeu na criação desse projeto? Ele ficou parecido com o que você havia imaginado no início?
Podemos propor essas perguntas alternadamente para um ou outro estudante, para que todos tenham a oportunidade de falar. E uma boa forma de iniciar esse momento com a turma é apresentando o seu projeto, para incentivar os alunos a compartilharem aos poucos o que criaram.
Além de refletirem sobre o próprio processo de criação, este é um rico momento para conhecerem melhor os seus colegas, fazerem perguntas genuínas e aprenderem a dar e receber feedback.
O que descobri sobre meus colegas?
Além de refletirem sobre o próprio processo de criação, este é um rico momento para conhecerem melhor os seus colegas, explorando suas instalações e projetos e fazendo perguntas genuínas.
Podemos convidar os estudantes a pensarem sobre as seguintes questões:
- Será que eles descobrem interesses em comum?
- Ou algo interessante a respeito de alguém com quem nunca haviam conversado antes?
- Como é a diversidade de interesses e histórias presentes na mesma turma?
- Será que eles vão continuar olhando para os demais colegas da mesma forma que antes dessa atividade?
- Como eles se sentem depois de conhecer melhor a turma?
- Como eles se sentem depois de exporem sua história para a turma?
Dica - Sobre aprender a dar e receber feedback
Os feedbacks são super importantes para que seja possível avançar na criação de um projeto. No entanto, sempre que houver alguma crítica, devemos lembrar os estudantes que elas devem ser específicas, gentis e úteis.
Outro ponto importante é incentivarmos os alunos a perceberem as convergências de interesses e quanta diversidade há na turma e como poderiam usar isso a favor deles na criação de projetos coletivos.
Compartilhando com um público real
Aprofundando reflexões sobre o tema...
Construir uma comunidade dos sonhos começa por entendermos melhor quem somos, o que é importante para nós e como nos relacionamos com as outras pessoas. Podemos fazer isso de diversas formas, e aqui optamos por convidar os estudantes a contarem suas histórias criando um museu sobre eles. Os museus são riquíssimas invenções da humanidade para documentar sua história e a do planeta.
Se possível, reserve um momento após o compartilhamento dos projetos, para convidar os estudantes a:
- Aprofundarem a compreensão a respeito das formas como contamos nossas histórias;
- Conhecerem melhor os museus e a o seu papel na sociedade;
- Refletirem sobre a importância de se conhecer melhor para nos relacionarmos melhor com os outros;
Além de criar oportunidades para fazerem pontes com o que estão aprendendo em outras áreas, essas reflexões também podem ajudá-los a aprimorarem o projeto desenvolvido nesta atividade.
Para isso, preparamos preparamos alguns materiais para te ajudar nessa discussão:
- História dos museus (não esqueça de ativar as legendas em português)
- Museus da empatia (não esqueça de ativar a tradução da página)
- Que tal organizar um museu da empatia na sua escola?
- Museu da Pessoa
- Traduzir-se: Adriana Calcanhotto cantando a poesia “Traduzir-se” de Ferreira Gullar. Quem musicou essa poesia foi o compositor Fagner.
- Arqueologia
- Professora cria museu temporário para celebrar histórias pessoais dos alunos
Dica - E se eu estiver mediando esta etapa remotamente?
Considerando os recursos aos quais os estudantes têm acesso, podemos convidá-los a escolherem a forma que se sentem mais confortáveis para compartilhar sobre seus projetos e suas aprendizagens.
Se envolver o uso de celulares ou computadores, os murais virtuais são ótimas ferramentas, pois permitem a postagem a partir de diferentes linguagens (texto, imagem, áudio, vídeo) e oferecem espaço para que os alunos conheçam os projetos de seus colegas e interajam com eles, fazendo perguntas, deixando uma sugestão ou observação.
O Whatsapp também pode ajudar nessa parte, por meio do compartilhamento de fotografias dos projetos com uma breve explicação em texto ou áudio, ou ainda um vídeo curto.
E as redes sociais, como grupos fechados no Facebook, Instagram da turma, também podem ser uma ótima alternativa, desde haja o consentimento e acompanhamento por parte dos responsáveis e que sejam observadas questões de segurança e privacidade de acordo com a idade dos estudantes.
Olha só que legal este vídeo em que, depois de um momento síncrono de criação, todos os participantes colocaram seus fantoches para cantar em um sarau virtual!